Avançamos muito
quando se trata de liberdade sexual. A algumas décadas atrás, ainda
julgávamos mulheres que perdiam a virgindade antes do casamento. A
imposição conservadora era tanta, ditava as regras quando se
tratava de prazer.
Com a modernização,
e o feminismo, nós mulheres passamos a discutir sobre emancipação
sexual. Até onde ser livre sexualmente nos faz bem ou nos aprisiona?
Essa discussão tem um peso maior quando se trata de Nola, a personagem principal da série Ela quer tudo. Nola é uma artista. E como toda artista, usa de sua arte para expor suas ideias.
Essa discussão tem um peso maior quando se trata de Nola, a personagem principal da série Ela quer tudo. Nola é uma artista. E como toda artista, usa de sua arte para expor suas ideias.
Sendo uma mulher
emancipada sexualmente, ela se vê livre o suficiente para não se
prender a ninguém. Eu a vejo com uma maturidade tão grande, que eu
mesma não consigo me ver tão desprendida de ninguém como Nola, que
apenas foca no seu próprio prazer.
Nola mostra ao longo
da série como é ser uma mulher livre, e as consequências que ainda
lidamos pelo século 21, por simplesmente sermos livres.
Até que ponto dos é
dado o direito de termos liberdade sexual?
Nola se envolve com
três homens, mas nada de assumir compromisso com nenhum deles: ela
sempre deixa claro que o compromisso dela é apenas com ela mesma.
Mas apesar de todo
esse emponderamento sexual, Nola passa pela situação de assédio
sexual na rua.
É posto em questão
o quanto o machismo através do assédio sexual influencia na saúde
mental de uma mulher. Nola prova, o quanto foi afetada por ter sido
desrespeitada e tratada como objeto na rua.
Diante deste fato,
várias coisas são postas em cheque: A ideia de Nola ser livre
sexualmente justifica o assédio sofrido na rua por um machista?
Claro que a resposta
é não. Mas nós somos ensinados a ver sim, como uma justificativa,
e julgar qualquer mulher que vemos livres por aí, como objetos que
merecem tais violências.
Quem nunca ouviu um
“mas também, quem mandou estar com uma roupa tão curta?”
Nola movimenta um
bairro sozinha, desabafando sofre o assédio sofrido através de sua
arte, que passa a ser a de rua. Muitas mulheres, em
especial as negras, se identificam com aquela arte.
Vale ressaltar que a
série não se resume ao relacionamento poliamoroso de Nola, mas foca
no principal: a liberdade para buscar sua felicidade.
Peço que não
assista a série com família. Há cenas quentes, de cunho sexual.
Mas aprecie cada
episódio, pois cada um mostra a realidade de muitas mulheres no
mundo, ao serem obrigadas a viver em uma sociedade machista.

